sábado, 25 de dezembro de 2010

Dos sonhos que não contei...


Hoje o coração amanheceu apertado, sentindo uma falta danada dele. Que não liga, não dá sinal de vida e nem vem me ver. Senti tanta falta que acabei sonhando e por mim iria correndo contar. Mas mantenho abstinência, pelo menos por agora. Porque toda vez que sonho, quero ligar pra ele no meio da noite, só pra ouvir aquela voz que faz meu coração disparar, que deixa meu dia melhor e que as vezes até me cala mas me faz muito bem, ele nem sabe disso. E é por isso que não gosto de sonhar com ele, porque acabo gostando. E me dá uma vontade louca de ligar e xingar aquele zé ruela que tem mania de sumir. Me dá vontade de perguntar se ele não desconfia nenhum pouco da minha carência de abraços, daquele cheiro de perfume recém passado antes de sair do carro e aquela sensação de segurança que fazia ele parecer o homem mais forte do mundo. Não gosto porque me dá uma vontade danada de escrever coisas pra ele e aqui estou, escrevendo sobre o sonho que tive. Ele me escrevia uma carta falando o que eu sempre quis ouvir, que ele tinha sido um tonto e que esperava não estar tarde demais pra querer ficar comigo. Pena que o despertador tocou. E agora que eu contei, nem sei se o sonho ainda tem alguma chance de acontecer... Eu queria fazê-lo sentir minha falta. E sei lá, fazê-lo parar de me deixar com todos esses nós na garganta. Parar de me fazer desejar que no meio do dia o celular toque e que seja ele me esperando lá embaixo, na portaria do prédio, pra dizer que com cheirinho gostoso de chiclete e morder meu pescoço... Hoje eu até passei o perfume de "chiclete" de novo e virou o meu cheiro favorito depois que ele elogiou. É bobo eu sei, mas o coração é bobo, e tudo em mim fica assim quando ele está perto. E eu odeio essa minha carência depois de sonhar coisas românticas, porque quero culpar até os casais que vejo no metrô pela manhã. Vou fazendo do amor o meu réu e pareço uma mal amada recriminando as demonstrações de carinho alheia. Mas o que eu queria mesmo era que ele andasse no metrô comigo todas as manhãs, fazer aquelas coisas bonitinhas que os casais fazem e que a gente acha a coisa mais ridícula e grudenta do mundo quando está solteira, andar de mãos dadas e receber um cafuné nos cabelos quando capricha na hidratação só pra ele sentir o perfume, a maciez e... Ah, melhor parar de sonhar. Talvez eu tenha pedido muito. Se bem que eu merecia. Nunca usei drogas, sempre ajudei os mais velhinhos a atravessar a rua e apesar de não ter sido das melhores alunas, bombei nenhum ano da escola. Existe amor por bom comportamento? Então me escolhe por favor, eu sou boa moça! E não é querendo ser oportunista pelas boas ações que pratiquei durante a vida, mas acho que por todas as vezes que tive meu coração partido, querer alguém pra compartilhar essas coisas bonitinhas não deveria parecer tão absurdo. Porque mesmo as vezes eu sentindo uma raiva danada daquele ingrato e ter vontade de agredi-lo por sumir, é ele quem deixa minhas pernas tremulas e faz meu coração ficar florido quando sorri. E quando ele volta e me diz que sumiu porque estava trabalhando muito ou inventa qualquer desculpa pra justificar a ausência e depois segue com um "senti saudade", mesmo eu não acreditando e talvez nem sendo verdade, fico contente, feliz, meu dia ganha um plural de sois. O ruim disso tudo só é acordar, não vê-lo por perto e pior, nem saber por onde anda. E bater um cansaço, daqueles de gostar tanto mas se desgastar demais, e a gente sofrer, e ir morrendo por dentro porque dói e o coração aperta pela falta que faz. Mas deixa o tempo passar, deixa as coisas se acalmarem, vai ver foi só o sonho que me fez pensar esse tanto de coisas, talvez seja carência ou então, eu que pensava estar curada, precise de mais algumas doses de amor próprio pra me libertar. Talvez um dia passe, se eu repetir de olhos bem fechados e com bastante fé, se conseguir convencer a mim mesma, se não sonhar mais... Talvez passe.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Das coisas que a gente inventa...


Ele: "RAWARRR" [Rugido estranho]
Eu: O que é isso?
Ele: "Rawarrr" é "Eu te amo'' em dinossauro.
Eu: E aonde você aprendeu o dinossaurês?
Ele: Por ai afora...
[Silêncio]
Ele: E esse silêncio?
Eu: É um "eu também te amo", em surdo mudo. :)

lilolindo e eu

♪ Não sei parar de te olhar...


"Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente.
Desculpa, tudo que vivi foi muito profundamente...
Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse possibilidade de me inventar de novo.
Desculpa.
Desculpa se te olho profundamente, rente à pele, a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços. A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos.
Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos.
Eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente...
Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente."

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Verdades


Eu sempre te abracei como se fosse o ultimo abraço.
Eu sempre te olhei como se pudesse conter todas as estrelas em meus olhos.
E no meu sorriso, sempre tentei mostrar todos os sentimentos bons que causava em mim.
Eu sempre te quis como o último desejo de um prisioneiro.
E eu nunca te contei mas guardei o teu perfume, impregnei-o em minha lembrança pra sustentar o meu vício de você quando não estava por perto.
Eu sempre escrevi sobre você no passado mas a verdade, a verdade é que ainda te abraço apertado como se fosse a ultima vez, sempre com o mesmo medo, porque não quero te perder de vista. Na verdade, eu continuo a te olhar encantada e sinto todas aquelas coisas que a gente sente quando sobe em uma montanha russa, você ainda me dá frio no estômago.
A verdade, é que já tentei te deixar só no meu passado, esquecido, de lado... E mesmo assim ainda te quero, como o último pedido de um condenado.

sábado, 11 de dezembro de 2010


Oh meu amor!
Viver é todo sacrifício feito em seu nome.
Quanto mais desejo um beijo, um beijo seu,
muito mais eu vejo gosto em viver.

Por ser exato, o amor não cabe em si.
Por ser encantado, o amor revela-se.
Por ser amor, invade e fim.

Djavan

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Planos


Hoje eu tinha planos, você estava incluso neles.
Na verdade, era quase que a parte fundamental, já que sem você eu não poderia executa-lo.
Por um instante acreditei que realmente aconteceria. Tomei coragem, pensei "Agora vai!"
Tudo ficou quieto, silêncio por alguns instantes... Era a única coisa que faltava acontecer pra gente.
Olhei bem nos seus olhos, "será que ele desconfia de algo?"...
Olhei pros seus lábios e o frio me percorreu a espinha junto com aquele monte de borboletas que invadem o estômago.
O que dizer? "Fecha os olhos"?
Não acredito que finalmente estou tendo coragem...



* Texto que escrevi há algum tempo na agenda, minha amiga viu e postou no blog dela [Obrigada lê, adorei!]. O final eu prefiro não escrever porque cortaria todo o clima "romântico" da ocasião, quem sabe um dia essa história tenha um desfecho feliz...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Rascunho teu


Já me peguei olhando pro céu, admirando estrelas e pensando se em algum lugar desse mundo, com tantos outros lugares e entre tanta gente, você estaria fazendo o mesmo. E pedia com bastante vontade que a gente se encontrasse, em algum lugar, qualquer um, aqui ou na China, mas que nossos caminhos se cruzassem e que se possível não demorasse tanto, porque eu não queria conhecer e pertencer a muitos outros até você chegar. E pedia também que quando finalmente chegasse, eu não demorasse muito em perceber que você era o alguém por quem esperei a vida toda, porque essa minha cabecinha demora um "cadinho" pra processar certas informações.
Mas daí você me ajudava, podia ser curto e grosso, chegar assim do nada e dizer "Ei garota, procurei a vida inteira por você", me segurando pelos ombros e chacoalhando mesmo, eu nem ia ligar, ia sorrir, como se esse fosse código secreto do nosso (re)encontro.
Já até imaginei como você poderia ser, inúmeras vezes. Uns dias loiro de olhos azuis, em outros, bem mais moreno tropical, forte, alto e depois nem tão forte assim, tipo bem fofinho, porque sempre me agradou mais a ideia do seu abraço ser confortável e eu me perder dentro dele. Eu poderia mesmo era morar dentro do seu abraço que nem ia me incomodar.
Nos meus rascunhos você seria músico, não tipo "popstar", mas saberia tocar pelo menos o violão, escreveria uma música com meu nome e ia encontrar uma palavra bonitinha - que não fosse "nariz" - pra rimar com ele.
Você é aquele por quem eu perderia os meus medos, aquele que sempre segura minha mão pra eu não sentir medo ou querer desistir, que me ensina coisas, que compartilha desenhos em nuvens e conta estrelas comigo.
Hoje nossos caminhos ainda não se encontraram, nem por isso vou dizer que sou metade no mundo. Só que nenhum dos outros conseguiu me completar ainda, porque eu sei que o pedaço exato do que falta em mim, tem as suas medidas, é só você quem pode ocupar, e que quando a gente finalmente se esbarrar, o pedacinho do meu quebra-cabeça vai se encaixar com o seu.
Por isso tô te escrevendo, mesmo antes de te conhecer ou do meu mundo ser impactado pela sua chegada, pra um dia te mostrar e dizer que já te esperava há tempos, enquanto você ainda andava por ai olhando estrelas e pensando se em algum lugar, alguém também estaria te procurando por entre as nuvens dessa imensidão cintilante.
Porque todos os outros que passaram pela minha vida, foram só os outros sempre.
E porque tudo o que vivo hoje, um dia vai me fazer chegar até você, eu sei.