quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Se a vida é "só isso", a culpa é só sua.




A vida tem que ser mais do que isso, mais do que acordar todas as manhãs e fazer as mesmas coisas. 
Tem que ser mais do que o medo, mais do que as palavras abafadas no peito. Tem que ser mais do que o orgulho.  A vida tem que ser mais do que só sonhar, do que só ficar parado imaginando como as coisas poderiam ser se você não fosse tão covarde. 
A vida tem que ser mais do que o tédio de ficar horas sentado em frente ao computador, esperando algo qualquer pra te entreter uns minutos a mais. Tem que ser mais do que as pessoas julgando o que você faz. A vida tem que ser mais do que o amor não correspondido,  aquele sofrido, tem que ser. 
Tem que ser mais do que reclamar do tempo, do chefe, da dieta, do emprego, do ócio, da correria, do namorado, da solteirice... 
A vida tem que ser mais do que a lista de promessas que você faz na virada do ano mesmo sabendo que não serão cumpridas. Tem que ser mais do que chorar e empoeirar os sonhos na gaveta. Mais do que desistir na primeira tentativa frustrada. 
Uma hora a gente tem que parar de dar errado e começar a dar certo. Mas talvez só aconteça quando você se convencer de que a vida tem que ser mais do que só sonhar. Quando você se convencer de que as coisas podem dar certo se a vida for mais do que apenas vontade de fazer. Porque vontade sem atitude não é suficiente, não te faz chegar lá. 
E principalmente, quando se der conta de que a vida é uma só e ninguém pode vivê-la melhor do que você... Então, que tal levantar e conquistar todas as coisas que sempre quis?

sábado, 14 de abril de 2012

Omissa




Esse é um texto que assim que ler, vai saber que foi escrito pra você. E espero que não fique chocado mas aqui contém algumas das coisas que te omiti. Sabe, as vezes você me faz sentir tanta raiva e me irrita tanto que eu tenho vontade de passar com um caminhão por cima do seu corpo. Mas as vezes você também me faz sentir tão bem, que até acho que o caminhão é exagero da minha parte. 
É incrível mas eu consigo falar sobre qualquer coisa contigo, qualquer coisa mesmo, mesmo você pensando que eu fico sem jeito. Porém, existe uma coisa que, como grande boa amiga que sou, me controlei muito pra esconder. Sabe aquele coração de pedra e os sentimentos que você sempre diz que eu não tenho? São só uma capa que eu visto pra me proteger de você e dessa coisa absurda  e proibida que sinto a seu respeito. Você acha mesmo que alguém que chora vendo cegos no restaurante sendo ajudados por seus filhos, poderia sentir ódio no coração? Na verdade, sempre que eu digo "te odeio" eu quero dizer "te amo" mas não posso porque você ama a sua namorada e eu não quero parecer a garota carente implorando por um pouco do seu amor, ai eu digo que te odeio mesmo. Acredite ou não, eu sempre fico triste quando preciso te odiar pra não gostar tanto assim de você. Talvez eu seja complicada mesmo. Dai, eu começo a construir muros e tento me proteger mas você vem e faz cada tijolo cair, um por um, e eu fico me sentindo fraca e esmagada. 
Eu sempre preferi sua companhia a qualquer outra no mundo, mesmo você sendo um infantiloide e cabeça dura, quase sempre idiota, cantando suas músicas dentro do carro e relembrando sua "aborrecência" no colégio mas sempre me fazendo rir e torcer pra que o congestionamento fique maior e o momento dure mais. Algumas vezes eu ensaiei a cena de olhar pra você e dizer que você foi o cara que mais me doeu, a paixão que mais me machucou e que eu já solucei de tanto chorar pedindo pra te esquecer. Sim, eu já omiti essas coisas horríveis de você, só que com o tempo acabei deixando pra lá porque como você mesmo canta, o coração é um tanto vagabundo e o nosso "amor" é muito cara de pau. 
Eu ainda fico mau quando fala da sua namorada pra mim ou quando ela liga e você faz a mesma voz que fazia quando falava comigo no telefone. Eu morro de ciúmes. Mas aprendi que quando a gente gosta muito de alguém e mesmo que esse gostar cause uma dor dilacerante no peito, a gente respeita e quer o melhor pra essa pessoa, mesmo que não seja ao nosso lado. Gostar é querer ver o outro bem mesmo que o caminho dele seja diferente do seu. E é assim, eu amo você e quero que seja feliz independente das suas escolhas, mesmo que me doa.

Com sorte, ano que vem eu saia com um desses caras lindos estilo modelo de revista. Mas agora, quero te dizer sem esperança nem planos, só porque sou uma grande boa amiga - e bons amigos falam a verdade - que pra mim, você é perfeito, mesmo se achando um obeso severo e o meu coração, arrasado, amará você, até que você fique assim:





quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

♪ de Janeiro à Janeiro...



  Hoje eu assisti "Uma prova de amor" e outra vez chorei o filme inteiro. Pensei muito em você e a saudade, como sempre acontece, apertou de novo aqui no peito. Sabe, doeu e eu nunca tive coragem de falar sobre isso. Eu queria ter feito tanta coisa, por você, por nós dois, e as vezes sinto que falhei. Se soubesse tudo o que sei hoje, te amaria melhor, maior e da forma como você merecia. 
  Vez ou outra eu sonho com você e quando acontece é tão nostálgico, que não tenho vontade de acordar tão breve. Assim como parece uma inverdade que você não esteja mais aqui. Fazem oito anos e sua voz ainda é nítida aos meus ouvidos, consigo lembrar da sua gargalhada, a forma como seus lábios se movimentavam ao sorrir, o jeito como olhava pra mim, a mania de segurar minha mão fazendo carinho no dedo mindinho... E isso faz uma falta danada sabe? Um vazio que ninguém consegue preencher, um buraco escuro no meu peito. 
  Vou até confessar que me apaixonei algumas vezes depois de você mas que nenhum outro soube ser merecedor desse sentimento, e chego até a pensar que é perda de tempo, desperdício, dolorido demais pra levar adiante... Dói porque eu sempre penso que já tive você, que possivelmente foi o único cara que me amou de verdade e infelizmente não está mais por perto. 
  Lamento porque um dia eu tive o melhor amor do mundo e perdi.
  Existem tantas coisas que eu queria ter dito mas não pude, e se adiantasse alguma coisa falar agora, eu diria que você foi cara mais incrível que já conheci, o mais engraçado, o mais forte, o mais amigo, o mais amado e o mais irreverente. Pode perguntar a qualquer um que te conheceu e vão logo suspirar "poxa, como aquele molequinho faz falta...", e logo relembrarão as histórias absurdamente malucas de um passado tão inesquecível. Foram tempos felizes e a gente não fazia a mínima ideia do quão pouco ele ia durar. 
  Mas a doença foi bem menos dolorosa encarada dessa forma né? 
  A nossa história foi bem diferente da dos casais convencionais, nossos encontros aconteciam na oncologia de um hospital, o cinema era a "sessão da tarde" compartilhada com os outros pacientes, ao lado de tubos e medicamentos e sondas,  tinham os beijos, as vezes interrompidos pelas enfermeiras ou qualquer outra visita que chegasse e no lugar da pipoca, tinha a comida sem sal que você tanto reclamava. Eu sei que não era o lugar mais romântico do mundo, mas isso não era incomodo. 
  Existe muita coisa que eu queria ter feito diferente. Se o tempo voltasse, teria dito mais vezes como você era apaixonante, como era lindo, mesmo quando a químio fazia seu cabelo cair e você detestava. Faria você saber como sua morte matou um pedacinho de mim. Não economizaria em dizer como eu te amei e como sua partida me machucou. Que eu queria ter sido mais forte em alguns momentos complicados e menos complexa em outros momentos bobos. Eu nem consigo me lembrar quais foram as últimas palavras que dissemos, você partiu e eu não pude dizer como me senti.
  Desde que você se foi, bastante coisa mudou. A vida se encarregou do destino daqueles que por aqui ficaram. Nossos irmãos se casaram, seu irmão agora tem um filho, os meus também, no total, são três sobrinhos que a gente poderia somar. Tem gente trabalhando, alguns estudando, pessoas que vão indo embora e a gente quase não os vê mais por ai.
  Mas a saudade, ah saudade! Continua aqui, vivendo no coração como uma ferida que nunca cicatriza por completo. Como dizem alguns, saudade é o amor que fica e quando é forte, resiste ao tempo, ao esquecimento...  Essa saudade eu guardei com as lembranças, as cartas que me escreveu, as fotografias... Eu as deixo existir na bagagem do tempo, Janeiro a Janeiro. E vez ou outra, quando a saudade incomoda demais, desembrulho tudo e revivo aquele passado, te sinto perto de mim, deixo algumas lágrimas rolarem e espero um dia, em algum lugar, te ver mais uma vez.