domingo, 10 de novembro de 2013

Fazer o quê?




    Eu não sou um brinquedo, por favor não insista. Não tenta me levar com esse papo leve, enfeitado de palavras que me derretem porque meu ouvido é meu ponto fraco, mas tenho experiência o suficiente pra saber que não posso me deixar levar. Tô tentando me polpar fadiga, porque depois que acaba, o trabalhão todo de tentar organizar as coisas aqui dentro é só meu e sinceramente, tô cansada dessa gente que vem só pra fazer bagunça. Eu sou daquelas pessoas desconfiadas, essas que nunca acredita que o que você disse, não foi dito à tantas outras. Não sei me sentir especial, exclusiva, e as vezes até acho que nasci pra morrer solteira e cuidando de vinte e sete gatos. O problema é que nem de gatos eu gosto, então é mais provável que eu fique sozinha mesmo. Claro que eu adoraria ter um alguém pra chamar de "meu", mas com tudo que já me aconteceu e nesse mundo tão desapegado de hoje, é difícil acreditar que o cupido tenha uma flecha reservada pra mim. Enfim, dizem que: ou se tem sorte no jogo, ou se tem sorte no amor... Eu, que tenho sorte no azar - e quem me conhece vai concordar comigo - devo ser mesmo é a exceção à regra. Mas tudo bem, eu nem queria mesmo...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Rascunho teu




   Já me peguei olhando pro céu, admirando estrelas e pensando se em algum lugar desse mundo, com tantos outros lugares e entre tanta gente, você estaria fazendo o mesmo. E pedia com bastante vontade que a gente se encontrasse, em algum lugar, qualquer um, aqui ou na China, mas que nossos caminhos se cruzassem e que se possível não demorasse tanto, porque eu não queria conhecer e pertencer a muitos outros até você chegar. E pedia também que quando finalmente chegasse, eu não demorasse muito em perceber que você era o alguém por quem esperei a vida toda, porque essa minha cabecinha demora um bocadinho a processar certas informações.
Mas daí você me ajudava, podia ser curto e grosso, chegar assim do nada e dizer "Ei garota, procurei a vida inteira por você", me segurando pelos ombros e chacoalhando mesmo, eu nem ia ligar, ia sorrir, como se esse fosse o código secreto do nosso (re)encontro.
Já até imaginei como você poderia ser, inúmeras vezes. Uns dias loiro de olhos azuis, em outros, bem mais moreno tropical, forte, alto e depois nem tão forte assim, tipo fofinho mesmo, porque sempre me agradou mais a ideia do seu abraço ser confortável e eu me perder dentro dele. Eu poderia mesmo era morar dentro do seu abraço que nem me incomodaria.
Nos meus rascunhos você seria músico, não necessariamente o tipo "rockstar", mas saberia tocar pelo menos o violão, escreveria uma música com meu nome e ia encontrar uma palavra bonitinha (que não fosse "nariz") pra rimar com ele.
Você é aquele por quem eu perderia os meus medos, aquele que sempre segura minha mão pra eu não sentir medo ou querer desistir, que me ensina coisas, que compartilha desenhos em nuvens e conta estrelas comigo.
Hoje nossos caminhos ainda não se encontraram, nem por isso vou dizer que sou metade no mundo. Só que nenhum dos outros conseguiu me completar ainda, porque eu sei que o pedaço exato do que falta em mim, tem as suas medidas, é só você quem pode ocupar, e que quando a gente finalmente se esbarrar, o pedacinho do meu quebra-cabeça vai se encaixar com o seu.
Por isso tô te escrevendo, mesmo antes de te conhecer ou do meu mundo ser impactado com a sua chegada, pra um dia te mostrar e dizer que já te esperava há tempos, enquanto você ainda andava por ai olhando estrelas e pensando se em algum lugar, alguém também estaria te procurando por entre as nuvens dessa imensidão cintilante.
Porque todos os outros que passaram pela minha vida, foram só os outros, sempre.
E porque tudo o que vivo hoje, vai me fazer chegar até você, eu sei.