sábado, 28 de maio de 2011

Agonia


E daí eu dou o braço a torcer e te procuro, escrevo, digo que sinto saudade e o dedo tremula na hora de apertar o "send". Há alguns dias que a gente não se fala, minhas mãos tremulam por causa da abstinência e eu começo a ficar carente, depois de te odiar imensamente claro. O que dá na sua cabeça pra sumir sempre e só voltar quando quer? E me deixar aqui esperando o telefone tocar e ficar com raiva, querer jogar o aparelho no chão, trocar o número. Se é pra você não ligar, melhor que seja em hipótese alguma. Sorte a sua que eu morro de preguiça de trocar meu número e ter que sair avisando os contatos, sorte sua. E o telefone não toca e você não responde, eu volto a ter raiva. Te xingo em pensamento, amaldiçoo o dia em que você nasceu e o dia que a gente se conheceu. Desligo o celular, vai ver travou, ele anda meio bipolar mesmo, trava por qualquer besteirinha e só volta a funcionar após uma sessão de espancamentos. Bato e soco, ô budega de celular! Isso lá é hora de fazer charminho? Nada. Você não respondeu enquanto eu me fazia de técnica em manutenção de aparelhos. E ai a música que eu queria te mostrar começa a tocar no rádio, a música que eu descobri bem antiga e só reparei como era bonita ontem. Começo a tentar matar o tempo, esquecer, colocar a mente pra produzir quaisquer outros pensamentos sem fins lucrativos, só pra depois, volta e meia eu me pegar olhando pra tela do telefone na esperança de ter tocado e eu não ter percebido. Mas nada, de novo o seu silêncio fica perambulambulando em mim e o mundo se torna imensamente chato outra vez.